quarta-feira, 4 de maio de 2011

Xenofobia subliminar

Correndo o risco de durante a noite alguns helicópteros me sobrevoarem a casa, não podia deixar de transcrever o que me vai na alma, em relação aos acontecimentos com Bin Laden no Paquistão.
Não tenho dúvidas que este esteja morto, nem sequer vou aderir às Teorias da Conspiração, as mesmas que dizem que Elvis ainda está vivo, que até Hitler ainda vive e dos que esperam ainda o D. Sebastião numa tarde de nevoeiro. Nada disso!
Mas muitas questões me assomam o espírito desde o 11 de Setembro. Vou-me apenas referir aos dados conhecidos, para não correr o risco de acordar de manhã em Guantanamo. Sou completamente contra qualquer tipo de terrorismo, mas também sou contra quem se põe a "etiquetar" os mesmos terroristas.
Para mim, ser agnóstico trás as suas vantagens, embora tenha também algumas desvantagens, pois não me conformo com adversidades dizendo que foi a vontade de Deus e não me resigno perante as adversidades. No entanto, é público, que tenho a sorte e o prazer de ter amigos de várias nacionalidades, religiões, credos, partidos políticos, clubes de futebol, etc. Nunca me preocupei muito com isso, e sempre achei uma mais-valia, pois quanto mais informação recolhemos, mais ricos ficamos. Quando conheço alguém não lhe pergunto se gosta de bife com batatas fritas, ou de hambúrgueres do MacDonalds, pois isso em nada influencia a opinião que possa vir a ter da pessoa enquanto Ser. Do mesmo modo, estou-me pouco lixando para se são Cristãos, Ateus, Agnósticos, Muçulmanos, Budistas ou outra coisa qualquer. Embora, confesso, gosto de trocar opiniões com pessoas que têm uma visão diferente da minha, que nem sempre é a correcta (acontece a maior parte das vezes, é sabido). No entanto, sempre achei estranho o facto de Bin Laden ter sido treinado pela CIA. É público, não estou a brincar ao wikileaks, nem a divulgar informação secreta. O 11 de Setembro sempre me deixou intrigado. Pus-me na mente de um terrorista, ou melhor, como me era difícil comecei a pensar se quiser causar danos a alguém como o fazer e a melhor hora. O timing dos ataques às Torres Gémeas foi desapropirado, vejamos: se quisermos causar os maiores danos possiveis qual será a melhor hora? Quando as Torres estivessem repletas de gente, não ao início da manhã, quando estavam pouquíssimas pessoas. Sim, eu sei, 3.000 mortos. Mas em comparação com os danos que causaríam os ataques por exemplo às 12 horas foi diminuto. E só foi àquela hora, porque os vôos sairam com atraso. Estranho, pelo menos para mim. Para não falar do ataque ao Pentágono. É público que o cerne do Pentágono é o edifício central, onde se reúnem as altas esferas militares e toda a informação realmente importante. Um ataque feito pelo ar deveria ter como alvo este edifício e não uma parede lateral, onde a concentração de pessoas era a menor de todos os edifícios.
Também me causa estranheza, o facto de que aquando da captura e execução de Saddam Hussein, foram divulgados vídeos, fotos, execução em directo, e tudo o mais que se possa publicitar. Agora, do inimigo número um do Mundo, nem uma mísera foto. Estranho não? Pode ser.
Mas o que me incomoda, na realidade, é se "etiquetar" a Al Qaeda com os muçulmanos. Os muçulmanos que conheço não se identificam e repudiam todo e qualquer tipo de terrorismo, no entanto, hoje ao trocar impressões, apercebi-me de algo, que nunca me tinha, na realidade, apercebido.
Se um americano entra numa escola armado e mata 30 colegas, tinha distúrbios mentais e isso justifica o que fez. É, no entanto, tratado pelo seu nome e identificado. Se for um mesmo aluno, mas de origem muçulmana, o nome não é divulgado e as notícias começam por dizer que é um muçulmano e não um aluno da escola tal.
Há que separar as águas. Não se pode etiquetar as pessoas pelas suas origens, crenças, ou qualquer outra coisa. Tenho até para mim que Bin Laden era mais americano que muçulmano, mas isto é uma opinião muito pessoal.
Estamos a criar uma sociedade altamente xenófoba, e onde, inconscientemente nos estamos a tornar nisso mesmo, xenófobos. Dou-vos um exemplo: se forem viajar de avião e se sentar ao vosso lado um indivíduo árabe, de turbante na cabeça com uma mochila que guarda no compartimento respectivo, fazem a vossa viagem descansados? No entanto, se o indivíduo for branco, alemão ou francês, nem sequer reparam na mochila, muito menos no indivíduo. Mas o que nos estão a incutir subliminarmente é uma reacção xenófoba à sociedade.
Daí termos de saber separar as águas. Há gente boa e gente má, ponto final. Sejam brancos, pretos, muçulmanos, chineses, benfiquistas, sportinguistas, portistas, vegetarinos ou carnívoros.
Isto leva-nos à população de Espinho. Reli alguns comentários e subliminarmente estão todos no mesmo "pacote". A população não pode ser apontada pela falta de seriedade dos seus governantes. Há que chamar nomes às pessoas e aos responsáveis. Não me interessa se são PS, PSD, CDS, ou qualquer outro partido, nem sequer se têm partido. Enquanto não chamarmos "os bois pelos nomes", corremos o risco de nos tornarmos injustos para os outros, e principalmente para nós próprios.

2 comentários:

  1. Oh meu caro Anónimo,

    Só publiquei o post, porque quis e porque você com o seu comentário me diverte.
    Mas pode considerar desiquilibrado, cobarde e até "pessoa".
    Só é pena também ser Anónimo, logo quiçá cobarde e desiquilibrado.
    Mas não se preocupe, é só retomar a medicação que isso passa-lhe!

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  2. Pensando melhor, decidi "despublicar" o post. Considere o que quiser. :D Ando farto de gente bacoca e estupidamente otária!

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