quinta-feira, 7 de abril de 2011

Exercícios mentais: Diferenças ou semelhanças?!

Em primeiro lugar quero fazer algumas ressalvas em relação a este blogue: não pretendo ser dono da verdade, pelo contrário, nem pretendo rotular pessoas. Quando falo, seja do Primeiro-Ministro, do Presidente da Câmara de Mangualde ou do Presidente da Junta de Moimenta de Maceira Dão, é sempre pelo cargo que ocupam e, nunca, pelo indivíduo em si. Nunca me atreveria a emitir opinião sobre alguém como indivíduo, porque apesar de iguais todos somos diferentes. Esta nota serve, não só como esclarecimento aos menos atentos mas também, como introdução ao que se segue.
Isto vai ser um pouco mais do mesmo, por isso se quiserem mudem de canal.
Algo que gosto de fazer com amigos e não amigos, são exercícios mentais. Claro, sempre algo muito simples, pois são conhecidas as minhas limitações. Este blogue foi criado, como já é mais que sabido como uma brincadeira, tendo-se tornado algo quase diário, devido ao favor de alguns em o ler, concordem ou não com o que é escrito. Só é escrito, e só faz sentido escrever quando sabemos que alguém o lê, caso contrário não faria qualquer sentido. Também não é feito no intuito de fazer novos amigos, sou do tipo de não dar tanta importância à quantidade, mas mais à qualidade. Um bocado aquela filosofia de que o tamanho não importa, embora tenha o seu "q" de importância. Prezo-me de ter amigos de diversas nacionalidades, raças e credos, e como tal, sinto-me à vontade para falar em pretos, e não negros como erradamente se diz, pelo menos os que fazem o favor de ser meus amigos assim o afirmam, como me sinto à vontade com o termo cigano, muçulmano, espanhol, inglês, americano ou português. O indivíduo vale por si.
Como tal, hoje, e quem me conhece sabe que assim é, decidi lançar uma pergunta a 3 pessoas distintas. Uma que não teve a felicidade de continuar os estudos além do ciclo preparatório e já com alguns anos, outra com o 12º completo e outra já com o curso superior concluído, e não precisou de 8 anos e fazer muitas cadeiras para julgar ter terminado o curso. Terminou mesmo e com todo o mérito, assim como os outros dois as habilitações que apresentam. A pergunta era simples: qual a peça mais importante num automóvel?! Podem parar para pensar um pouco antes de verem as respostas. Usei o automóvel como um exemplo, até porque a maior parte das pessoas sabem, na sua generalidade, no que consistem as peças essenciais de um automóvel. Pasme-se que a resposta foi quase unânime: "O motor" ou "as rodas"! Pronto, isto levar-me-ia a concluir que esta era a verdade. O motor e as rodas eram a parte mais importante do automóvel. Mas, aprendi há dias o termo brainstorming, que é por assim dizer uma tempestade cerebral, no meu caso é mais um chuvisco de Verão. Decidi colocar outra questão, como todos tinham automóvel, até aquele que só terminou o ciclo, lancei-lhes um desafio: retirarem o motor dos respectivos automóveis ou no caso do outro as rodas, sentarem-se em cima do mesmo ou das mesmas e irem para casa. Eles devem ter pensado que eu tinha elouquecido mais um bocadinho, do que o normal. Todos, posteriormente, porque o teste foi feito em separado, concordaram que de nada valia o motor ou as rodas sem o restante. Pasme-se que até já o vidro era importante. Curiosamente no caso do das rodas remeti-o para esta publicação, era mais fácil.
Isto tudo para demonstrar o quê, na minha modesta sapiência: que aplicando o exemplo do automóvel a casos mais macroscópicos, como seja o caso de Moimenta de Maceira Dão ou no caso da crise que o País atravessa tudo é importante. De que serve um motor sem o resto, de que serve o resto sem motor? Tudo se torna obtuso! Isto vem, também, de encontro aquilo que já falámos sobre a rotulagem das pessoas, seja pelo seu cargo, pelas suas habilitações, ou por qualquer outra coisa. Há uma mentalidade generalizada no País de que ou se é Dr. ou Eng. ou não se é nada. Negue-se quanto se quiser, mas a verdade é essa. No entanto, se nos colocarmos à distância mínima objectiva a realidade aparece-nos algo diferente: porque há-de ser um pedreiro menos importante que um gestor? um ministro mais importante que um empregado de café? De que me serviria ir jantar a um restaurante, nem que fosse a um McDonalds, se não houvesse empregados para fazer e servir a comida? De que serviria a esses empregados saberem fazer a comida se não houvesse clientes? Não quero com isto ir ao encontro dos ideiais de que todos devem ter salários iguais, nem é isso que está em causa, agora estamos a falar de indivíduos. Como tal, qualquer um de nós, pedreiros, empregados de mesa, engenheiros, doutores, etc., como indivíduos temos todos a nossa importância numa engrenagem mais ampla que é a sociedade. E esta mesma sociedade não consegue viver sem as suas diferentes partes.
Um pessoa não é mais ou menos válida pela profissão ou estudos que tenha, não é mais ou menos válida pela raça ou religião que tenha. A pessoa vale por si mesma, independentemente das suas crenças, raça, dos anos que passou na escola, etc.
Na minha modesta opinião, enquanto não encararmos o indivíduo do lado como um igual, embora seja diferente de nós, nunca conseguiremos colocar a máquina a funcionar propriamente. Se ele é a "vela" é ele que faz a ignição para a combustão no motor, sem ela o motor não funciona. E é por isso, que cada vez mais, a sociedade reclama por gente séria e honesta que consiga olear esta máquina e a ponha a funcionar. Por isso, quando me vêm acusar que sou daqueles que tanto se me dá e que fico a meio da ponte, tenho de lhes dar razão. O que me importa é o indivíduo, não se é do Benfica ou do Sporting, se é do PSD ou do PS, se gosta ou não de Cozido à Portuguesa, ou se vai à missa ao Domingo. Interessa-me o Ser Humano e que este seja tratado com o devido respeito por si e pelo que é seu.
Aproveitem o calor, que não tarda ainda vai arrefecer. Bem hajam todos, os que concordam e os que discordam, porque é da convergência e da divergência que esperamos um dia chegar a bom porto.

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