segunda-feira, 4 de abril de 2011

Alma Lusa

Caros amigos e "amiguinhos". Deram-me corda, agora, se quiserem, aturem-me.
Informo desde já que este post deve ser longo, por isso aproveitem para fazer um chichi, beber um cházinho e prepararem-se, se quiserem ler na integra. Se não o quiserem fazer, ou não tiverem paciência, basta premir no caso de Windows-Alt+F4, no caso de Macintosh-"Maçã+Q", ou no caso de outros sistemas algo que vos tire deste Inferno.
Os que estiverem dispostos a ler, podem ir que eu espero um pouco, aproveito para acender um cigarro, sim eu tenho maus hábitos, mas tenho cá pra mim que o pessoal da Tabaqueira também não merece ir para o desemprego, a minha médica também não e o cangalheiro um dia há-de ver que eu servi para algo.
Agora que estamos a postos, não sei bem por onde começar. Normalmente só venho postar o que me vai na alma, e hoje sinto-me de alma cheia.
Muitos sentem-se curiosos por saber quem eu sou, outros intrigados, outros aflitos. Pois bem, vou-vos revelar, qual agente na sombra a minha identidade, para apaziguar a paz de espírito de alguns. Não sou ninguém. A sério! (Altura para, especialmente os críticos, dizerem: "Pronto, lá está ele a esconder-se atrás da máquina!". Não estou. Eu não sou ninguém, ou talvez seja um pouco, nalguns casos muito, de todos nós. Sabem o que acho que é o mal da Humanidade? É que dá demasiada importância ao indivíduo e nenhuma, ou pouca, ao colectivo. Para os que seguiram hoje, mais ou menos, apaixonadamente o Benfica-Porto, sabem que, tal como no futebol, só funciona se for em equipa. Tal como um exército só funciona como um todo. O Rambo é personagem de ficção, para os que não sabem. Dizendo isto, espero ter acalmado a curiosidade e ansiedade de alguns. O seu a seu tempo.
Mas hoje veio-me à alma o chamado "Espírito Lusitano". E pus-me a pensar se não será o que no momento seja a nossa saída, para um País que está a ser, desde há muito, objecto de novas invasões como o foi ao longo da sua existência de quase 1000 anos. A crise internacional, esse bicho papão que ainda ninguém conseguiu explicar convenientemente, talvez porque a verdade é só uma. Anda 1/10 do Mundo a roubar os outros 9/10. Esta é a verdade, nua e crua. O cartel de grandes bancos, e os chamados mercados internacionais, têm feito com Portugal o mesmo que os bancos nacionais fizeram com as famílias. Primeiro aliciaram-nos com todas as facilidades, juros baixíssimos, créditos ao preço da chuva e com tanta facilidade, que quase um sem-abrigo podia pedir um crédito para comprar uma casa na Expo. Eu disse quase ok?! Depois, de enredados nessa rede, sugam-nos até ao tutano, ficando com tudo e mais os juros. Isto aconteceu com as famílias (algumas) e está a acontecer com o nosso País. E isto é um cartel organizado, um cartel igual aos cartéis de Medelin na Colômbia ou noutro sítio qualquer do Mundo. Andam a roubar as pessoas do Mundo.
Basta dizer, e para isso basta pesquisarem um pouco na net, sim vocês pesquisam que são pessoas de saber, eu não vou escrever tudo aqui, que, comparado com o total de dinheiro no Mundo, o necessário para acabar com a fome no mesmo, no Mundo inteiro, é um valor tão irrisório como vos pedir 1 euro emprestado. Porque não se faz?! Porque quem rouba não devolve!
Hoje em dia fala-se muito na Chanceler do Euro, da Senhora Merkel, a dona da Europa! Mas dona porquê? Porque dá dinheiro à Europa? Muitos pensam que sim, eu pessoalmente acho que não! A Alemanha tem uma dívida eterna para com a Europa, e não só, que nunca conseguirá pagar: as 2 guerras mundiais de que foi responsável, e do que roubou a todos os Países envolvidos directa ou indirectamente. Portanto, não se armem agora em benfeitores, porque não o são. Muito menos venham dizer que isso já passou, porque até hoje, e mais gerações virão que sentirão na pele os efeitos disso mesmo. Mas ainda menos que isso, nos venham tentar invadir, desta feita, com um esquema de ladroagem.
O que fez a União Europeia, liderada como referência pela Alemanha, a Portugal (e outros Países da Europa, nomeadamente Espanha)? Primeiro enfraqueceu-o, delineou quotas agrícolas, limites à agricultura e pescas. Mas eu não percebo, se há pessoas a morrer de fome no Mundo, então cultivar muito seria bom, podiamos ajudá-los. Algo não faz sentido. Não, não sou tão estúpido que não perceba. Sei que há vários militares a ler este blogue, e pelo menos eles vão entender o que vou dizer a seguir. Há uma máxima militar que diz que um exército saudável, culto e essencialmente bem alimentado marcha melhor, combate melhor, vence mais batalhas. Todos os outros também perceberam, porque isso é senso comum. Agora cortam-nos a economia, com a conivência dos vários Governos que temos tido, cumplices de toda uma comandita bem organizada.
Para os que não sabem, há gente nos Hospitais Centrais a entrar com prognósticos preocupantes que são enviados para casa sem qualquer exame, porque é caro, alguns morrem meses depois. Já se alastrou ao serviço particular. Basta dizer a quantidade de hospitais que fecharam no interior do País. Educação, quantas escolas fecharam no País? Isto com o pretexto de integrar as crianças em agrupamentos maiores, demonstrando um total desconhecimento das regiões e um total desconhecimento da pedagogia. Nisto, o Dr. João Azevedo, que eu sei vai sendo informado de algumas coisas que se vão passando por aqui, pode ajudar. Ele sabe que em termos pedagógicos o ideal por turma seria não ultrapassar os 15 alunos. Não o estou a criticar, atenção, estou a dizer que com o seu conhecimento sabe que falo verdade, é a área dele, também.
Ou seja, estão a tentar derrubar-nos. Tiram-nos a alimentação, a saúde, a educação, tentam desanimar-nos para deixarmos de marchar, deixarmos de lutar e seguirmos em rebanho atrás dos ladrões de gado, alimentando as suas fartas barrigas e enchendo os seus já bem recheados bolsos.
Agora, plagiando J.F. Kennedy digo: Não perguntem o que o País pode fazer por vós, perguntem o que podem fazer pelo vosso País!
E aqui, voltas e voltas dadas, chegamos a Moimenta de Maceira Dão. Isto é o que estão a fazer a Moimenta de Maceira Dão, aldeia da Beira Alta, de gente orgulhosa nas suas raízes. Sim, espantem-se, há gente com orgulho de ser do interior do País?! Ah, alguns não sabiam! Pois, são aqueles que acham que Portugal é Lisboa, e quanto muito o Porto, e o resto é paisagem. Que o pessoal do interior é todo burro, que andam de burro ou a pé, e que vêem televisão só uma vez por semana. Pois, meus amigos, lamento desapontá-los. Não podem estar mais errados. Aliás, o mal do nosso País, nos ultimos tempos, tem sido a rotulagem, e passo a explicar, em Psicologia é algo que se desaconselha vivamente. Não querendo ofender ninguém, passo a explicar: frases tipo, os pretos são ladrões, os ciganos são trafulhas, os da Província são parolos, é o que se chama Rotulagem. E não há nada mais errado. Há pretos ladrões como há brancos ladrões, há ciganos trafulhas como há ciganos honestos (na verdade a maioria), há pessoas da Província extremamente informados e com um QI de fazer inveja a muitos doutores do Mundo. Lamento desiludir-vos. Muitos até poderão achar ridiculo a luta de uma população por uma rua, ou um pedaço de terreno, argumentando que tudo é Portugal. Pois, mais uma vez vos irei desapontar. Se a mentalidade Lusa fosse essa, hoje "lo estaríamos hablando en castellano y no en português, lo siento, pero es la verdad"!
O que está em causa, seja em Moimenta, seja em Portugal é ROUBO, EXPLORAÇÃO! Afinal onde está a Alma Lusa? Onde está o espírito de uma padeira de Aljubarrota que corre à pazada os Mouros, que ao contrário do que alguns pensam não são de Lisboa, são do Norte de África, mas eu entendo, nunca foram muito bons a Geografia, e a História também não, pelos vistos. Mas há algo que em Biologia se chama "Memória Genética", sim eu tenho andado a cultivar-me, a Comunidade Europeia não me colocou quotas. E essa Memória Genética possuimo-la, e palpita-me que estará para emergir, mais tarde ou mais cedo. E é nisso que me orgulho de, na minha insignificância, me querer associar à luta de pouco mais de 500 habitantes. Se para vocês é pouco, para mim 1 único seria o suficiente, pois 1 Ser Humano vale tanto quanto 500. Acham que não? Alguns acham, então deixo a pergunta tipo cena de filme de acção: De um lado está um familiar querido vosso, do outro 500 pessoas que não conhecem. Vão numa estrada e perdem o controlo do vosso carro, para que lado guinam? Os que disserem que para o lado do familiar, então não é tão querido como pensam, os que respondem para o lado dos 500 que não conhecem são sádicos apenas e podem ir dormir, que o vosso mal é sono. A resposta correcta é: tento não atropelar ninguém. Logo 1=500. Básico, "Elementar meu Caro Watson!".
Mas a população de Moimenta pode dar uma lição valiosíssima a este País. Apesar de diferentes ideologias políticas, de nem viverem na mesma rua, têm-se unido em prol de uma Comunidade, tal como nos temos de unir em Prol de um País. O País que deu novos Mundos ao Mundo, que outrora foi grande, e que hoje é um Gigante Adormecido que alguém quer arrumar de vez. Pensem no seguinte: será que a Europa e o Mundo não precisam mais de nós que nós deles? Imaginem que todos os países do Mundo não existem? Que nos acontece, morremos? Obviamente que não! Vamos para o Alentejo e cultivamos a terra, para o Algarve e para a Nazaré e vamos pescar, para o Ribatejo e interior e criamos gado. À fome não morremos!
Fala-se no FMI, na ajuda da Comunidade Europeia, tudo a taxas de juro exorbitantes! Tudo em nome do Défice, da Dívida Pública. Não sou especialista, e sinceramente já nem tenho paciência para noticiários, mas segundo me consta a dívida pública é 10% do PIB certo? Mais coisa menos coisa! Então, faça-se o seguinte, agarre-se em 10% do PIB e pague-se lá a tal dívida. Depois, precisamos dinheiro né? Ok, arranjemos, e perdoem-me a expressão, políticos de tomates que cortem os ordenados milionários de administradores públicos que por vezes rondam os 250.000 euros/mês, fora carro, nalguns casos casa, ajudas de custo, subsídios acho que até de cada vez que vão ao urinol lhes pagam para isso, e havemos de arranjar dinheiro. Ah eles não querem trabalhar por apenas, e já é um valor alto 20.000 euros, sem ajudas de custo? Ok, arranjo de entre os leitores do blogue alguém que seja formado em gestão e esteja desertinho para trabalhar e ganhar a miséria de 20.000 euros/mês. Acho que até por 10.000 os conseguia e fariam um excelente trabalho. Depois, mude-se a Constituição, à imagem do que foi feito na Islândia e tão bem calado na Comunicação Social Internacional, responsabilizem-se os políticos ladrões, prendam-nos se necessário for, e acabem com a treta da Imunidade. Que é lá isso? Imunidade porquê? A única que conheço é a que as vacinas dão, e mesmo assim, vai lá vai!
Portanto, meus amigos, é altura talvez se recorrermos à memória genética de um Povo, de pegarmos na "Garra Lusitana" e fazermos algo de jeito. Atenção, não estou a apelar à Revolta, nem em tumultos. Estou a apelar a quem de direito que apresente propostas sérias. Não me interessa se são do CDS, PSD, PCP, PS, BE, Verdes ou Azuis, interessa-me gente séria e honesta! Não me interessa se quem é responsabilizado é o Sócrates, o Durão Barroso, o Camarada A ou B, interessam-me os ladrões, sejam pretos, brancos, do Benfica, do Porto, do Sporting, sejam quem for.
Apenas quero que Portugal inteiro tenha o que no momento Moimenta de Maceira Dão tem: Alma Lusitana.
Bem hajam, e se chegaram até aqui, parabéns pela coragem! Boa semana!

1 comentário:

  1. Valeu a pena chegar até ao fim. Uma imagem real do que se passa a nível global, só conhecida e provocada por alguns, mas que se está a reflectir na população em geral.
    O Povo tem mesmo que acordar e por de lado os fetiches da politica e lutar por uma sociedade melhor e mais justa, nem que seja a pensar nas futuras gerações dos seus filhos e netos, etc. Deveríamos todos ter orgulho num passado e da historia deste País, e voltar a trazer aos tempos de hoje a verdadeira "Alma Lusitana".

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