sábado, 11 de junho de 2011

Um dia depois

Um dia após o Dia de Portugal, e tendo ouvido apenas os resumos dos discursos proferidos pelas individualidades, porque já não tenho nem tempo nem paciência para ouvir tudo, foi mais do mesmo. Teremos tempos difíceis, etc., etc., etc. Mais do mesmo. Eu penso que às vezes se esquecem de dirigir ao Povo. É que esse já anda a passar tempos difíceis há muito, não é de agora.
Mas há coisas que, surpreendentemente, ainda me espantam. Depois, e todos o sabemos, de terem imposto quotas, e continuam, à produção agrícola, à pesca, etc., após terem vindo subsídios da Europa para arrancar olivais, destruir campos agrícolas, diminuir frotas pesqueiras, eis que agora todos se espantam que com os nossos recursos andamos a importar produtos agrícolas e peixe, que poderíamos nós produzir.
Mas, das duas uma, ou eu ando totalmente alucinado e quem me acusa do mesmo tem toda a razão, ou alguém anda a ver se nos engana. É claro que Portugal sempre foi auto-suficiente em termos alimentares, sejam produtos agrícolas, carne, peixe, etc., mas só agora é que perceberam isso?! Agora ninguém se lembra que andamos sempre a negociar com Bruxelas as quotas para cada sector?
A razão é simples, os grandes Países Europeus, como se auto-intitulam, são incapazes de produzir para se alimentarem e exportarem, como tal, há que eliminar a concorrência. É a dura e pura realidade.
Por alguma razão agora a Alemanha veio acusar os Pepinos espanhóis de terem contaminado algumas pessoas com uma bactéria que, apesar de residir no tracto intestinal inferior, é normalmente inofensiva, ou quando em grande número perfeitamente tratável, a menos que seja uma mutação ou manipulação, algo que se deveria apurar. É que cada ano, desde que começou a crise, aparece uma doença nova, o perigo de uma pandemia, e depois basta dar uma olhadela aos lucros das farmacêuticas. É no mínimo duvidoso. Não estou a insinuar nada, mas quando uma bactéria de origem animal aparece num vegetal, recorrendo à desculpa com o estrumar da terra... se assim fosse, os nossos antepassados nunca teriam sobrevivido, pois antigamente era a única maneira de adubar a terra, com estrume ou sargaço normalmente nas zonas mais litorais. Afinal parece que a pandemia que alarmou logo toda as pessoas pela Europa fora, inclusivé em Portugal o pessoal deixou de lado pepinos e tomates, o que já de si ainda se torna mais grave devido ao envelhecimento da população, mas essa pandemia teve origem e está confinada apenas na Alemanha. Mas afinal não são eles seres tão superiores, que sabem sempre tudo, tão prudentes, e cometem logo o erro (se o foi) de apontar dedos a outrém, quando afinal a culpa foi deles? Enfim!
Mas ao que parece agora vamos retomar a agricultura e as pescas! Mas quem esteja mais atento, sabe que, principalmente em relação às pescas, talvez seja um pouco tarde demais. É que a frota pesqueira, depois do abandono a que foi votada, é mínima, e revitalizar o sector significaria um investimento enorme, algo impossivel (ou não) por ora. Resta-me ainda a esperança de ir pescar para a costa de Mangualde, muito em breve. Já me estou a ver de cana na mão, na encosta da colina da Senhora do Castelo a lançar o isco ao mar. Aliás, é uma tradição na mesma encosta, mas em sentido inverso, primeiro pesca-se e depois pega-se na cana, mas isso é outra história.
Mas em todos os discursos se nota uma confiança no Povo Português, que seremos capazes de dar a volta à situação, etc. Eu tenho a certeza que sim, que o Povo Lusitano sempre foi capaz de dar a volta por cima, quando quer. Já tivemos crises bem piores que esta e sempre saímos por cima.
Mas a cada dia que passa algumas núvens toldam a minha confiança. Vejamos por exemplo, o primeiro passo tem de ser dado pelos dirigentes. Esperemos que o Governo esteja à altura, eu por ora penso que sim, mas depois precisamos dos "pequenos" dirigentes autárquicos, porque só um País unido conseguirá levar "o barco a bom porto". Ora, não é caso único, mas em Espinho já vimos o tipo de dirigentes que tem. Escondem-se e nem dão sinal de vida como se nada fosse com eles. Mas afinal aquelas almas estão a ser pagas para quê? Para se apropriarem do terreno dos outros e fingirem que não é nada com eles? Para virem com falinhas mansas e dizer que as divisões têm de ser feitas em estradas ou linhas de caminho de ferro?! Será que esses tipos nunca estudaram geografia, será que nunca foram à escola para saberem que em primeiro lugar é sempre por limites naturais, como aliás é o limite de Moimenta, pela ribeira que passa entre Moimenta e Espinho? Será que não conhecem ninguém com conhecimentos de Direito para lhes dizer que uma área que é reconhecidamente, por eles, administrada por Moimenta mas eles é que recebem as verbas que isso é roubo, puro e duro?! Eu às vezes acho que eles nem as pensam.
Depois aparecem uns iluminados armados em doutores, que pensam terem altos cargos, armados em mafiosos da treta fazendo ameaças. Porquê?! Aqui reside a questão: que têm eles a perder se os verdadeiros limites forem repostos? Só vejo uma razão: dinheiro. E que esperavam eles ganhar com esta situação? Será que há algo por trás disto? Estou convicto que sim. Essa irmandade da treta que reina à volta de Moimenta, que nem o titulo de Mafiosos merecem, porque esses regem-se pela honra, e por aquelas bandas, a haver honra, só na população.
Por fim, e foi também referenciado nos discursos, temos de exportar. Ok, vamos nessa! Mas, veio-me logo à lembrança algo bem dentro de Moimenta, a Cooperativa de Frutas. Mas como raio vão eles exportar se se intitulam foram de Portugal? É que já consultei a Associação Nacional de Municípios, e Alcafache-Gare não existe, nem nunca existiu, e eles continuam a dizer que estão situados em Alcafache-Gare. Ora, então se não existe em Portugal, só podem estar sedeados no estrangeiro, como tal se venderem em Portugal é produto estrangeiro, e nós agora preferimos o que é nacional.
Enquanto não houver verdade em pequenos pontos do País, como pode haver verdade no País inteiro e levantarmos, como foi dito, o nome de Portugal? Deixem-se de tretas e interesses pessoais, sejam homenzinhos. Se o Presidente de Espinho-Mangualde, que já percebemos que afinal não passa de um pau mandado, então quem o manda que assuma a presidência, que está lá aquela alma a fazer? Eu sei que o vencimento de um Presidente de Junta é algo miserável quando comparável com outros, mas se é por essa miséria, não vale a pena andar a ser pau mandado e vir com justificações da treta. Seja homem, sejam todos homens. E se acham que têm razão no que afirmam, vão para a Estrada Nacional dizer que aquilo é Espinho, que aprenderão geografia num instante.
Isto foi um desabafo, porque ando farto de parasitas da sociedade, como esses números um e dois de Espinho e todo o rebanho que anda à volta deles. Nada que um pastor com a sua vara não ponha na ordem.
Bem-hajam e aproveitem o fim de semana, que a praia está a chegar. Até lá, vão preparando as canas (para a pesca), pois o peixe vai abundar.

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