segunda-feira, 20 de junho de 2011

As aparências iludem... ou talvez não!

Isto hoje é mais do mesmo. Não tenho tido nem muito tempo, nem muita paciência, a última cada vez vai sendo menos.
Mas teria de voltar a dois pontos, que se impõem na conjuntura actual. Li algumas coisas que se têm escrito e ouvido algumas que se têm dito. Fiquei ainda mais burro que o que era.
Durante anos ouvi muita gente dizer que deveríamos ter um Governo desligado de máquinas partidárias, de gente capaz, independente. Agora que temos 1/3 aproximadamente do Governo assim, que nem sequer ainda entrou em funções, já todos estão no habitual "bota abaixo". Ainda nem começaram a trabalhar e já são incompetentes. Atenção, que até se conhecer que iriam ser Ministros, era opinião quase unânime que seriam pessoas extraordinariamente competentes, como na realidade o são. Se o serão no Governo, veremos a seu tempo, mas nunca antes. Mas parece que, de um momento para o outro, as lojas de chineses começaram a vender bolas de cristal para saberem o que se vai passar. Magnífico! Eu confesso que ainda não tenho nenhuma, mas amanhã mesmo vou procurar, se não estiverem esgotadas comprarei.
Mas, e voltando a outro facto já aqui exposto, é mais do mesmo, a etiquetagem pela aparência ou outro motivo qualquer, seja ele ideológico, partidário, etc.
Gostaria até de deixar um exemplo que, para mim, é dos mais flagrantes, sendo que ontem um post de um amigo nosso me chamou a atenção para o facto. Alguém que sempre me habituei a admirar e que considero, pessoalmente, o maior pensador português contemporâneo, falecido há pouco tempo. Falo de Agostinho da Silva. É opinião praticamente unânime, pelo menos em quem tenha um mínimo de sensibilidade, que é um facto que Agostinho da Silva foi das maiores individualidades da História Contemporânea Portuguesa. No entanto, e façam uma busca, o seu "visual" não era de fato e gravata. Poder-se-ia até dizer que parecia um simples homem do Povo, e era-o na verdade. No entanto, teve um percurso académico e de vida, praticamente inigualável. No entanto, quem não o conheça nem nunca o tenha ouvido, apenas olhando para ele e se o encontrassem no café da esquina, seria no mínimo um pobre reformado sem o mínimo de noção da realidade envolvente. Absolutamente errado.
Não é por se vestir um ignorante de fato e gravata que ele se torna culto, ou vice-versa. Continuamos a ter a mania de avaliar as pessoas sem as conhecer na realidade, sem conhecer as suas ideias, a maneira de estar na vida, sem saber tudo. Vamos buscar o superficial, quanto muito o que ouvimos dizer por outrém, sem termos uma opinião formada própria. Como se costuma dizer "vamos na onda".
Continuamos na vida social, política, cultural, etc., a catalogar as pessoas por algo que não conhecemos. Se somos de esquerda e elas de direita é porque não prestam, ou vice-versa. Veja-se o caso, relativamente recente de quando apareceram as bandas de Heavy Metal e foram apelidados de só fazer barulho, de não saberem tocar, era "bum bum bum". No entanto, hoje em dia nos meios musicais são considerados dos melhores músicos. Note-se que as melhores baladas da história da música são precisamente de bandas de heavy metal. Contracenso?! Será?!
É como no futebol, o Benfica pode fazer um péssimo jogo, mas para os benfiquistas foi só o árbitro que roubou, os jogadores estiveram todos bem. Quem diz o Benfica diz qualquer outra equipa.
Há dias, apesar de agnóstico, ouvi uma entrevista com um pároco, se não me engano de seu nome Miguel ou Mário Oliveira, entrevistado pelo Manuel Luis Goucha (já sei, estão já todos a olhar de lado a etiquetá-lo de panisgas, mas além de excelente comunicador, é bom que o seja, a concorrência torna-se menor, caso seja necessário), mas dizia este que desafiava os seus paroquianos a dar a sua própria opinião, não aquela a que estavam "formatados" para dizer, mas a sua própria. É esta a base do "exorcismo". E não me venham acusar de lunático, leiam, oiçam e aprendam, desta vez estou a falar muito a sério, nada tem de lunático.
Os simbolismos que os chamados livros sagrados encerram, servem de conduta para a humanidade, e a base do exorcismo é precisamente essa, o indivíduo ser ele próprio, não falar pela boca de outros, conhecer a verdade e saber analisar por si, sem formatações pré-concebidas.
Dito isto, resta-me terminar com a afirmação mais lunática de todas, que em breve poderei, ou não, dar continuação: Einstein estava errado, no entanto é considerado um génio! Um dia talvez o explique aqui, até lá chamem-me lunático.
Bem-hajam, e aproveitem as boas previsões para a praia e vão a banhos que a nova semana vai ser de sol, ou então as aparências iludem!

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