sábado, 4 de junho de 2011

Sonho alucinante

Hoje, para dia de reflexão pré-eleitoral, vou-vos fazer o convite de entrarem por breves momentos no meu mundo alucinado. Experimentem, vão ver que por vezes nos distanciarmos da realidade é saudável.
Hoje sonhei que era proprietário de um pequeno terreno e que tinha um vizinho que por necessidade precisava trabalho. Como a crise toca a todos, e como o meu terreno tinha de ser, por assim dizer, gerido, convidei-o a gerir o meu terreno até porque tinha hortas para cultivar, a casa para restaurar, e esse meu vizinho até tinha jeito.
Um dia uma criança que brincava na zona fazia algo que eu já não via há muito, lançava um papagaio de papel ao ar, daqueles atados por cordeis que se vão esticando e o papagaio vai voando. A dada altura uma rajada mais forte de vento "derruba" o papagaio, enlançando o cordel por entre algumas árvores da minha pequena propriedade. A criança ainda tentou puxar o cordel, em vão, desistiu e foi embora. Quando chegou a casa comunicou o acontecido ao pai que lhe prometeu construir outro papagaio de papel, pois o trabalho de ir retirar todo aquele cordel emaranhado nas árvores era superior ao de construir um novo.
O tempo foi passando, e até pedi a esse meu vizinho que agora vivia num anexo na minha propriedade, para retirar o cordel, afinal era para isso que eu lhe pagava. Mas o tempo foi passando. Na casa ao lado, que era dele, vivia o seu irmão, um atleta que nunca tinha tido grande sucesso na vida, e o melhor que tinha conseguido ao longo da carreira era o segundo lugar. Até, no local onde eu tinha o terreno, algumas pessoas os conheciam pelos dois patinhos (alusão ao número 22), pois estavam destinados a ser segundos em tudo. Mas adiante.
Mais tarde vim a saber, o porquê de o meu "empregado" nunca ter retirado o cordel. É que o irmão lhe deu a ideia de que o cordel poderia ser um sinal algo Divino, pois atravessava toda a minha propriedade, dando a sensação que daquele lado do cordel era um seguimento da sua mesma. Até chegou a oferecer um cordel novo à criança só para ela ficar contente e não falar no sucedido. E assim foi passando o tempo, sem o cordel ser retirado, e tantas vezes a mentira teria sido repetida que se tinha tornado uma "quase-verdade". Já os meus amigos que me iam visitar, evitavam entrar pelo portão grande, porque já pensavam que iam entrar na casa do vizinho e dirigiam-se sempre ao portão mais pequeno, perto da lateral da casa, fazendo com que eu passasse a vida num corropio para lhes abrir a porta.
À conta daquele cordel, já quase não conseguia sequer apanhar fruta do meu pomar, pois tornava-se complicado chegar até às árvores.
Felizmente, no pior do sonho, o despertador tocou e acordei. Sei como iria acabar o sonho, não fosse o despertador, mas quando acordei fui à janela, pelo sim pelo não, e não havia cordeis à vista. Virei-me para o outro lado e adormeci de novo.

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